sábado, 28 de março de 2009

Processos de Fossilização



De acordo com as condições do ser vivo e do meio, podem ocorrer diversos tipos de fossilização. Podemos classificar, simplificadamente, estes processos em três grupos:



Moldagem - as partes duras dos organismos acabam por desaparecer deixando nas rochas as suas marcas (impressões).



Mineralização - os materiais originais que compõem o ser vivo são substituídos por outros mais estáveis.



Conservação - o material original do ser vivo conserva-se parcial ou totalmente nas rochas ou em outros materiais.


Rochas



As rochas sedimentares constituem uma fina camada da crusta, representando cerca de 75% das rochas expostas à superfície terrestre.As classificações existentes para este tipo de rochas baseiam-se, sobretudo, na génese dos sedimentos que as originam.Assim consideram-se três tipos de sedimentos:




- Detríticos, que são fragmentos com origem físico-química em rochas pré-existentes.




-Químicos que são fragmentos que resultam da precipitação de algumas substâncias dissolvidas na água.




-Biogénicos, que são fragmentos resultantes da actividade dos seres vivos ou produzidas pelos seres vivos.Os sedimentos detríticos originam rochas detríticas, os sedimentos químicos originam rochas quimiogénicas e os sedimentos biogénicos originam rochas biogénicas.As rochas sedimentares detríticas constituem a maioria (3/4) do total das rochas sedimentares existentes à superfície da Terra.




Os sedimentos podem classificados quanto ao grau de calibragem, ao grau de arredondamento, quanto à granulometria e à composição química. Os depósitos de balastros, areias, síltes e argilas classificam-se como rochas sedimentares detríticas não consolidadas. A consolidação destes sedimentos por diagénese, origina as rochas sedimentares detríticas consolidadas A consolidação é feita por acção da pressão e da cimentação no caso das brechas, dos conglomerados e dos arenitos.




No caso dos siltítos e dos argilítos devido à pequena dimensão das partículas constituintes é só feita por acção da pressão que permite a compactação. A cimentação pode ocorrer pela formação de um cimento (precipitação de substâncias dissolvidas na água) entre os sedimentos ou por formação de uma matriz (deposição de partículas muito finas transportadas pela água).O aspecto das areias pode dar informações sobre as condições ambientais em que se formaram.


Assim as areias fluviais são geralmente angulosas com grau de granotriagem variável, as eólicas são bem arredondadas, baças devido a numerosas marcas provocadas pelos choque e muito bem calibradas, as areias marinhas são arredondadas, polidas, brilhante e bem calibradas e as areias glaciárias são muito angulosas e mal calibradas.


As areias mais comuns são as quartzosas pois são constituídas por quartzo, um mineral muito resistente. Entre os grãos de areia existem espaços ou poros onde a água pode circular e por isso as areias são muito permeáveis.As areias têm várias aplicações na nossa sociedade como a construção civil e as indústrias de cerâmica e vidreira.As argilas são rochas pouco duras, friáveis, reduzem-se com facilidade a pó e têm cheiro característico a barro. São muito plásticas e quando saturadas em água tornam-se impermeáveis. As pequeníssimas partículas que as constituem aumentam de volume ao absorverem água, fazendo desaparecer os espaços existentes entre elas.




Quando zonas argilosas ficam expostas ao ar seco, a água evapora-se e o terreno apresenta-se cheio de fendas, devido à desidratação. As argilas podem ter várias aplicações na construção civil e na indústria de cerâmica.As rochas sedimentares quimiogénicas formam-se por precipitação de substâncias dissolvidas na água, os sedimentos.A calcite é quimicamente carbonato de cálcio e pode formar-se a partir de iões cálcio e o iões hidrogenocarbonato, levando à formação de água e dióxido de carbono.




A diminuição do teor do dióxido de carbono nas águas em consequência do aumento da temperatura da água, da diminuição da pressão atmosférica ou da agitação das águas (exemplo: o efeito da ondulação) faz com que o equilibro químico se desloque no sentido da formação e libertação de CO2 e na precipitação de carbonato de cálcio. A deposição posterior diagénese dos minerais de calcite origina o calcário.


São exemplos de calcários quimiogénicos, o travertino, as estalactites, as estalagmites e as colunas.O sal-gema forma-se por precipitação de sais de cloreto de sódio, com formação do mineral halite.




O gesso forma-se por precipitação de sais de sulfato de cálcio dom formação do mineral gesso. Esta evaporação é desencadeada pela evaporação de águas marinhas retidas em lagunas ou de águas salgadas de lagos de zonas áridas que contêm ou cloreto de sódio ou sulfato de cálcio em solução.O sal-gema é pouco denso e muito plástico. Depósitos profundos desta rocha, quando sujeitos a pressão, podem subir através de zonas frágeis da crosta e formar grandes massas de sal, os domas salinos ou diapiros.O gesso é utilizado na construção civil e na decoração e o sal-gema em indústrias que produzem sabão, borracha, cerâmica e detergentes.
As rochas sedimentares biogénicas formam-se como consequência da actividade dos seres vivos que se pode manifestar de vários modos.Os corais são seres vivos que edificam estruturas calcárias sob a forma de recifes, a partir do carbonato de cálcio dissolvido na água do mar. As numulites são fósseis de organismos marinhos que fabricavam uma concha enrolada em espiral de carbonato de cálcio. Outros seres vivos retiram o carbonato de cálcio do mar para construir as suas conchas.
A acumulação e a cimentação destas estruturas, após a morte dos seres vivos, originam respectivamente os calcários recifais, os calcários numulíticos e os calcários conquíferos.Os carvões e os petróleos são considerados combustíveis fósseis pois possuem matéria proveniente de seres vivos, principalmente fotossintéticos. Estes seres armazenaram energia química nos seus compostos orgânicos.
Durante milhões de anos estes compostos orgânicos foram decompostos, devido a um aprofundamento rápido o que evitou o contacto com o oxigénio, transformando-se de acordo com a natureza dos detritos em carvões ou petróleo. Estas substâncias podem ser utilizadas em reacções de combustão para produzir energia.Os meios lagunares costeiros ou os meios lacustres são os mais adequados para que ocorra a sedimentação com movimentos de subsidência (aprofundamento).
As turfas resultam da decomposição lenta de restos de plantas, em ambientes aquáticos pouco profundos e oxigenados, como os pântanos, ao longo de milhões de anos. Em bacias costeiras lagunares ou em bacias lacustres este sedimento biogénico, a turfa, pode aprofundar rapidamente e sofrer a decomposição de bactérias anaeróbias. Com o aumento da profundidade as bactérias morrem devido ao aumento da pressão e da temperatura e devido à acumulação dos produtos de metabolismo. Ocorre então diagénese originando progressivamente carvões mais ricos em carbono e consequentemente mais pobres em água e substâncias voláteis.
Este enriquecimento em carbono designa-se de incarbonização. A lenhite ainda apresenta elevado teor em água por isso o seu poder combustível é fraco. O carvão betuminoso, conhecido por hulha, apresenta elevado teor de carbono, o que faz dele o carvão de maior interesse económico, pois apresenta elevado valor energético e relativa facilidade de exploração. O antracito contém mais de 90% de carbono o que o torna difícil de combustão.
Quando, na formação da jazida a subsidência do fundo da bacia de sedimentos é rápida, a vegetação diminui, diminuindo também a deposição de detritos orgânicos. Pelo contrário aumenta a deposição de detritos terrígenos, trazidos pelas águas, detritos esses que formam depósitos que evoluem para rochas sedimentares detríticas. Se a subsidência é lenta a vegetação é mais exuberante, aumentando a deposição de detritos orgânicos que evoluem para leitos de carvão.
Assim, alternam leitos de carvão com leitos de rochas sedimentares.
Classificações mais actuais não consideram o petróleo uma rocha, é considerado um fluido de origem biogénica com uma percentagem variável de gases. Na legislação portuguesa o termo petróleo designa toda a concentração ou mistura natural de hidrocarbonetos líquidos, o petróleo bruto, ou gasosos, o gás natural.
O petróleo na Geologia pode ainda incluir os produtos sólidos que se designam por asfalto ou betumes.A formação dos hidrocarbonetos que formam o petróleo resulta da conjugação de uma série de fenómenos naturais. O plâncton deposita-se em ambientes aquáticos pouco pro9undos, pouco agitados e pobres em oxigénio.
A rápida deposição dos sedimentos isola estes restos orgânicos das bactérias decompositoras.
O petróleo forma-se no interior de camadas de natureza argilosa ou carbonatada que são designadas de rochas-mãe.
A compactação e o afundimento( 2000 a 3000m) destas camadas provoca alterações físico-quimicas ( temperatura entre os 80 e os 120 ºC) durante milhões de anos o que leva a que aquela matéria orgânica se transforme num liquido negro e espesso que se designa de petróleo, com alguns hodrocarbonetos sólidos em solução). Se o afundimento continuar o petróleo vai ficando mais fluido e vai-se transformando em gás-natural. Depois de formado o petróleo tende a migrar para níveis superiores pois é menos denso que os restantes fluidos das rochas-mãe Se migrar livremente o mais provável é que venha a perder-se na superfície terrestre ou da água. Se na sua ascensão encontrar rochas de baixa permeabilidade, as rochas-cobertura, como as argilas, que impedem as ascensão do petróleo, funcionando como barreiras, e pode encontrar rochas porosas e permeáveis onde pode armazenar-se, as rochas-armazém como arenitos e calcários. Para que ocorram acumulações consideráveis de petróleo é necessária a presença de estruturas geológicas favoráveis, as armadilhas petrolífera, como as dobras e as falhas. Reunidas estas condições podem formar-se reservatórios de petróleo. Nestes é vulgar encontrar água salgada que pode ser água remanescente daquela que ficou aprisionada entre os sedimentos ou água resultante das infiltrações verificadas à superfície.Furos de sondagem petrolífera, realizados em Portugal, não revelaram, até hoje, indícios de petróleo ou mostraram ocorrências sem valor comercial, como é o caso da extracção de alguns milhares de litros de petróleo, de baixa qualidade, na zona de Torres Vedras.

MINERAIS



Os Minerais






Mineral é um corpo natural sólido e cristalino formado em resultado da interacção de processos físico-químicos em ambientes geológicos.






Cada mineral é classificado e denominado não apenas com base na sua composição química, mas também na estrutura cristalina dos materiais que o compõem. Em resultado dessa distinção, materiais com a mesma composição química podem constituir minerais totalmente distintos em resultado de meras diferenças estruturais na forma como os seus átomos ou moléculas se arranjam espacialmente (como por exemplo a grafite e o diamante).






Os minerais variam na sua composição desde elementos químicos, em estado puro ou quase puro, e sais simples a silicatos complexos com milhares de formas conhecidas.






Embora em sentido estrito o petróleo, o gás natural e outros compostos orgânicos formados em ambientes geológicos sejam minerais, geralmente a maioria dos compostos orgânicos é excluída. Também são excluídas as substâncias, mesmo que idênticas em composição e estrutura a algum mineral, produzidas pela actividade humana (como por exemplos os betões ou os diamantes artificiais). O estudo dos minerais constitui o objecto da mineralogia.





















As propriedades químicas dos minerais estão estreitamente relacionadas, como é óbvio, com a sua composição química, com a natureza dos átomos e iões que os constituem. Mas dependem também, tal como as propriedades físicas, da sua estrutura, isto é, do arranjo das partículas elementares.



As características das ligações interatómicas nos minerais são tais que podemos considerar uma estrutura como uma associação de esferas cujas dimensões são definidas pelo raio iónico do átomo. Os catiões, as esferas mais pequenas, seriam cercadas por aniões, as esferas maiores. A associação catião mais anião forma, deste modo, um poliedro de coordenação.


Os poliedros de coordenação necessitam de uma neutralidade eléctrica. De acordo com este modelo, poderíamos pensar que a cada mineral corresponderia uma única estrutura e uma única composição química, expressa por uma fórmula química perfeitamente definida.



Acontece que a maioria dos minerais de igual composição química pertence a uma única classe de simetria e a um único sistema cristalino. Porém, as excepções são muitas devido, fundamentalmente, às diferentes condições de pressão e temperatura em que se formam os minerais. Assim sendo e a título de exemplo vejamos o caso de um mineral chamado olivina. A sua composição química é (Fe, Mg)2(SiO4). Isto explica que o ferro (Fe) e o magnésio (Mg) são miscíveis em todas as proporções, logo a composição química da olivina não é definida. Quando se dá a substituição total do ferro pelo magnésio, passamos a ter a forsterite Mg2(SiO4) com composição química definida, no caso inverso temos a fayalite Fe2(SiO4). Entre estes dois pólos todas as composições intermédias podem existir, mantendo-se a estrutura.


Estamos perante um caso de isomorfismo. Podemos, então, dizer que dois elementos são isomorfos, caso do Fe e do Mg, se podem substituir-se mutuamente dentro da mesma estrutura. Como a estrutura não se altera, as substâncias isomorfas apresentam forma cristalina muito semelhante, independentemente, da sua natureza química.



Vejamos, ainda, outra situação de excepção, embora haja muitas mais. O diamante é constituído, quimicamente, só por átomos de carbono (C); outra espécie mineral, a grafite, é igualmente constituída só por átomos de carbono (C). Embora constituídos pela mesma substância química, o carbono, estas duas espécies minerais assumem, ao cristalizar em condições físico-químicas específicas, formas cristalinas muito diversas, com graus de simetria diferentes. Enquanto o diamante cristaliza no sistema cúbico, a grafite cristaliza no sistema hexagonal. Dizemos que estes dois compostos são polimorfos, porque sendo quimicamente idênticos têm simetria diferente. Entre as referidas condições físico-químicas específicas, a temperatura tem uma importância primacial. Por exemplo, se cristais de diamante forem aquecidos a uma temperatura superior a 1500o C, à pressão normal e no vazio, dar-se-á uma transformação lenta da sua rede cristalina na rede cristalina da grafite. A 1900o C, essa transformação duma rede cristalina na outra é rápida. Isto apenas tem interesse académico, já que não existe motivo algum para transformar uma pedra preciosa como o diamante num material muito mais barato e abundante como a grafite.


A ocorrência de espécies minerais com formas cristalinas próprias de outras é um fenómeno relativamente vulgar na Natureza e tem o nome de pseudomorfismo. Neste caso os minerais apresentam falsas-formas. As pseudomorfoses podem ter géneses variadas.
Os minerais apresentam propriedades físicas, químicas e ópticas que permitem fazer a sua caracterização e identificação.
De entre as propriedades físicas destacamos a dureza, cor, cor da risca, transparência e o brilho. A dureza é, por definição, a resistência que um mineral oferece à risca provocada por uma acção mecânica externa.


Na prática mineralógica utilizam-se escalas de dureza relativas, representadas por determinados minerais. A mais comum é a escala de Mohs, que contem 10 graus e é composta unicamente por minerais de risca branca. Os minerais estão ordenados segundo o seu grau de dureza, do menos ao mais duro e do seguinte modo: 1-talco, 2-gesso, 3-calcite, 4-fluorite, 5-apatite, 6-ortóclase, 7-quartzo, 8-topázio, 9-corindon, 10-diamante. Exemplificando, um mineral terá uma dureza aproximada de 8½ se risca o topázio mas é riscado pelo corindon.


Ocupação Antrópica e Ordenamento do Território



Ordenamento do Território




É o conjunto de processos integrados de organização do espaço biofísico, tendo como objectivo a sua ocupação, ultilização e transformação de acordo com as capacidades do referido espaço.




Ocupação Antrópica



Ocupação de grandes zonas da superficie terrestre pelo homem com consequente modificação das paisagens naturais.










Com esta ocupaão provocam-se a existência de risco geomorfológicos. Em zonas de bacias hidrográficas (erosão fluvial, cheias, exploração de inertes), em zonas costeiras (erosão costeira, pressão urbanistica) e nas zonas de vertente (erosão das vertentes, movimentos em massa).













Factores de risco associados a bacias hidrográficas



Vantagens :


- Regularização dos caudais;


- Irrigação, abastecimento de àgua e produção de energia hidroelectrica;


- Actividades turisticas e desportivas.



Desvantagens :


- Acumulação de sedimentos com perda de capacidade de armazenamento;


- Redução de detritos debitados no mar;


- Problemas de segurança;


- Impacto negativo nos ecossistemas aquáticos e terrestres da zona.



Factores de risco geológico associados às bacias hidrográficas


Cheias - aumento do caudal dos cursos de água, com elevação do leito normal e inundação das áreas circunvizinhas. Precipitações anormais, degelos ou rupturas de barragens são causas frequentes.



Medidas de prevenção


- Ordenamento e constrolo da ocupação humana dos leitos das cheias


- Impedimento de construção e urbanização de potenciais zonas de cheias


- Construção de sistemas integrados de regularização dos cursos de água com a construção de barragens



ZONAS COSTEIRAS


Formas de erosão



Abrasão Marinha - erosão provocada pelo constante rebentar das ondas ( sobretudo se transportarem particulas sólidas) de encontro com as rochas. Especialmente notória em costas altas e escarpadas.


Plataforma de abrasão - superficie aplanada e irregular situada na base da arriba, entre marés, onde se depositam detritos rochosos caídos da arriba.






Formas de deposição

Praias - resultam da acumulação de sedimentos de variados tamanhos e formas. Podem observar-se dunas litorais que impedem o avanço do mae para o interior e constituem ecossistemas únicos, de grande biodiversidade.

ZONAS DE VERTENTE

Erosão das vertentes

Erosão hidrica - desgaste mais ou menos lento e gradual dos solos devido ao impacito da chuva e escoamento das águas ao longo das vertentes.

Movimentos em massa - deslizamento, em regra brusco e repentino, de uma grande massa de materiais sólidos ao longo de uma vertente.

Causas dos movimentos em massa

Factores condicionantes - força da gravidade, contexto geológico, tipo e caracteristicas das rochas, sua disposição no terreno, grau de alteração e de fracturação, grau de inclinação da vertente, etc.

Factores desencadeantes - precipitação, acção antrópica (destruição do coberto vegetal, remoção de terrenos para construção ou abertura de estradas), ocorrência de sismos e tempestades no mar.

GEOLOGIA


GEOLOGIA